Relato de viagem: Compras em NY – Como aproveitar e sobreviver a Black Friday

Antes de ir viajar eu já sabia que estaria nessa época que é considerada a mais louca, no que se diz respeito a compras nos Estados Unidos, a Black Friday!

Foto: Ed Yourdon, Flickr!

Com descontos que chegam em certos casos até 90% (sim isso existe!!!), estar nos EUA nessa época implica em ruas e lojas lotadas, madrugar para conseguir os melhores preços e não achar estranho ver pessoas andando com TVs de plasma (no plural mesmo) debaixo do braço na rua! 

Para melhorar/piorar a situação, não são só os turistas que aproveitam a mega liquidação: a Black Friday foi feita inicialmente para o consumidor americano, logo após o feriado do Thanksgiving (no final de Novembro), já entrar num ritmo insano de compras de Natal! Então prepare-se: você turista, vai ter que competir com o local, pelos melhores preços!

Como eu disse no início dessa série de compras em NY, eu não sou uma das pessoas mais consumistas do mundo, mas estando lá nessa época não tinha como não aproveitar!

Foto: Divulgação

Como é um “feriado de compras nacional” a Black Friday acontece por todo os EUA, desde na farmácia da cidade do interior, até nos grandes outlets (com preços já baratos) em grandes cidades como Miami, Orlando, etc.

Em Nova York, uma cidade, em que comprar é uma das atrações, a quantidade de visitantes e turistas, deixa o negócio ainda mais lotado e caótico, por uma simples razão: tem muita gente na cidade nessa época!

Então se o seu foco for fazer compras, muitasss mesmoooo, eu diria para você não ficar em Nova York e se deslocar um dia anterior para alguma cidade/região próxima, mas menor, como Boston (ao norte) e até mesmo Delaware, que tem uma menor concentração de pessoas do que NY (o que não quer dizer pouco, diga-se de passagem!).

Agora se você estiver a passeio, e quiser aproveitar a cidade mesmo, também é possível! Se eu consegui, você consegue!  No blog do MauOscar, aliás, tem todos os detalhes e dicas técnicas para encarar esse dia (veja aqui) mas aqui vou dar aqui meu relato pessoal, de como sobrevivi e aproveitei essa Black Friday…

Site do Best Buy durante a Cyber Monday. Foto: Nick Skitch, Flickr

A única coisa que eu sabia, e queria comprar de qualquer jeito, era uma máquina fotográfica semi profissional. Aqui no Brasil uma fortuna, lá nos EUA um preço mais do que razoável normalmente, na Black Friday era então “EU QUERO!!!”.

(Um parênteses: logo depois da Black Friday, tem a Cyber Monday, quando os sites fazem a sua super promoção! É realmente muito bom, porque você não tem que enfrentar filas, acordar cedo, etc, mas no meu caso, como o de muita gente que viaja para lá, o apartamento que eu estava não tinha porteiro, ou seja, ou eu ficaria os próximos dias enfurnada esperando a encomenda chegar ou compraria fisicamente na loja, o que foi o que eu fiz…

Outra observação: Está cada vez mais comum hotéis não receberem mais encomendas de compras online, então, se você estiver pensando em fazer isso, em qualquer época do ano, pergunte antes de viajar, se você pode dar o endereço do hotel para comprar! Melhor prevenir do que remediar! Fecha o parênteses)

Pessoal acampado na frente das lojas. Foto: Croixboy, Flickr

Nos dias anteriores da promoção, placas, comerciais, folhetos, cupons para todos os lados são distribuídos para aguçar os compradores. No dia anterior, muita gente já está acampada na fila das lojas, principalmente nas grandes como Best Buy, WalMart, para pegar as grandes promoções que começam a 12h01 (ou antes), com descontos absurdos, como aqueles de 90% que citei acima. É completamente insano, já que nessa época do ano, já está bemmm frio e passar a madrugada na rua para comprar, não é algo, digamos, saudável…

Como nós, não podemos voltar com Tv’s de plasma embaixo do braço aqui para o Brasil, não vale a pena fazer esse tipo de coisa! Pode ser até que o preço durante a madrugada seja menor, mas porque você, que viajou de tão longe, vai se submeter ao sofrimento de horas de frio, fila e acotovelamento durante a noite?! Não se esqueça que você está de férias e férias = prazer, não sofrimento, então aproveite o dia, mas não enlouqueça!

Movimentação na frente das lojas, durante a noite. Foto: Michael-Holden, Flickr

O que eu fiz, foi algo que já é um pouco incomum para férias: colocar o despertador para bem cedo!Uma dica que me deram lá era chegar nas lojas, por volta das 7h/7h30, quando o pessoal da madrugada já tinha ido embora e o resto do mundo ainda dormia com o friozinho..Fiz isso e deu super certo!!! Ok, que ver pessoas com TV na rua, as 7h da manhã, não é comum, bem como ficar 20 minutos na fila para pagar, numa loja que teria aquele movimento normalmente só na hora do almoço, mas para uma Black Friday, achei tranquilo!

Com a minha máquina na mão (mais uns pendrives, fones de ouvido…sério, como é barato!), voltei para o apartamento achando que se as coisas fossem tranquilas daquele jeito, essa Black Friday estava no papo! Eu achava…

Pessoal de pijama, comprando tudo durante a madrugada! Foto: AP, The Telegraph http://bit.ly/O1S2Sw

“Estou precisando de um tênis! Uma calça jeans é sempre bom…” e com esse pensamento rumei para a Broadway Sul, como disse no post anterior, um dos trechos com maior concentração de lojas, de todos os tipos da cidade. Às 9h da manhã, ainda tranquilo, entrei numas lojas, experimentei umas calças, não gostei de nada… Às 10h, as ruas estavam bem cheias e eu não conseguia achar um bendito tênis… Às 11h, o negócio já estava bem chato, com muitas pessoas nas calçadas e a única coisa que eu tinha vontade era sair de lá…Bom, ao 12h nem precisa dizer né? Insuportável!!! Como multidão não combina com fome, compras e cansaço, fugi para Little Italy, ali do lado, para conseguir respirar e comer em paz…Ai que beleza! Tranquilidade! Deve ter sido um dos almoços mais longos da minha vida, porque honestamente, eu não agüentava mais ficar naquela zona e o pior: não tinha comprado nada!

Macy's durante a Black Friday: Lotadaaaa! Foto: LarimdaME, Flickr

Recomposta, voltei para a muvuca e tomei coragem de entrar de novo nas lojas. O bom foi ver que compradores maníacos também cansam, por isso lá pelas 16h/17h já era possível voltar a caminhar nas calçadas e entrar nas lojas normalmente. Bom, aguentei impressionantemente, ficar na rua até as 20h! Mas tênis e calça jeans que era bom, nada! Umas blusinhas aqui, um cacareco lá e mais uns 3 ítens me acompanharam na caminhada até de volta até em casa. Foi uma maratona!

Se valeu a pena? Valeu, pela máquina fotográfica e para descobrir aquele restaurante do almoço em Little Italy!  O resto, foi mais experiência sociológica mesmo! Não quero nem pensar como deve ter sido tentar comprar numa Macy’s ou outra super loja de departamento da vida!

Acho que a Black Friday é boa mesmo, para os locais; quem está de férias, não tem que sofrer perrengue! E para os turistas, #FicaDica: nos dias posteriores da Black Friday muitas lojas continuam dando ótimos descontos (de 50%, 70%), e nas semanas seguintes até o Natal a coisa mais comum é ver promoções relâmpagos, araras com super descontos aqui e ali, e o melhor: sem a loucura e insanidade da Black Friday!

#FicaDica 

Então, o aprendizado que fica é: a não ser que você queira produtos de alto valor (como eletrônicos), vale a pena acordar cedo (e não enfrentar a madrugada) para comprar. Produtos mais cotidianos, como roupas, acessórios, perfumes, os descontos não valem mesmo o custo x benefício do seu humor e dia inteiro de férias perdido. Fique de olho nos dias posteriores e compre tão bem quanto!